domingo, 15 de fevereiro de 2009

Verdadeira beleza

ADOLESCENTES E PAIS EM DESACORDO COM A MODA. E AGORA?

"O que se poderá dizer sobre as influências a que os jovens estão sujeitos? Eu acho que eles estão sujeitos a influências de todo o lado. São influenciados pelos amigos, pela vontade de crescer rapidamente, pelos pais, pela televisão, pela publicidade...

A adolescência é uma etapa de mudanças pessoais e familiares. Novas formas de pensar e sentir requerem alguns ajustes nas regras familiares, que se aceitem as novas formas de expressão dos jovens.

Frequentemente, nos locais onde moram os adolescentes ouvem-se com algum alarido estridentes gritos por parte de um ou ambos os pais: “Que vergonha tenho desse cabelo! Onde pensas tu que vais?”, ou “Essas calças estão rotas! Nem penses que sais assim de casa”, ou ainda”Credo! O que te aconteceu à saia? Pensas que vais mostrar as pernas a quem?”, etc., etc., etc..

Inclusive, nalguns gabinetes de psicologia é frequente ouvir as queixas dos pais ao psicólogo tal como “a minha filha cada vez se veste pior. Não entendo, eu eduquei-a a usar roupas bonitas e a combinar os sapatos com os vestidos”, “Porque gosta o meu filho de andar com roupa rota”, “Que devemos fazer, Sr. Doutor? Não há medicação para esta maluquice?”

Mas afinal, o que é normal? Esse é o ponto de desencontro entre os adolescentes e os seus pais, uma vezAdolescentes, pais e moda que cada um tem o seu ponto de vista do que se considera normal.

Os pais que enfrentam a puberdade e a adolescência dos filhos têm que procurar alternativas que permitam encontrar o ponto de intermédio entre a liberdade que a idade dos jovens tentam encontrar, e as normas que ainda têm que cumprir visto estarem dependentes das mesmas.

Um dos temas mais polémicos é a roupa: os pais têm obrigação de os ajudar na sua adaptação ao seu novo mundo social e às propostas do mercado, tendo em conta a necessidade de afinar os seus gostos, a sua responsabilidade para o cuidado da roupa e a sua capacidade de tomarem as suas próprias decisões.

Alguns aspectos a ter em conta para definir pontos de encontro, se querem estabelecer um bom contacto são:



A ROUPA COMUNICA

A roupa é um meio de comunicação: com ela dizem-se muitas coisas e os adolescentes já se deram conta Adolescentes, pais e modade que uma imagem vale por três mil palavras e querem usá-las para se expressar.

Quer queiramos quer não, em pequenos apenas podiam vestir a roupa que as mães decidia e, conforme crescem, as suas opiniões tornam-se mais patentes e ambos os pais têm que chegar a um acordo com eles. Na adolescência sabem o que querem, e não se trata só de escolher a roupa, mas também de se afirmarem, mostrarem diferença.

Com a roupa e os penteados, assim como os adornos, procuram a sua própria identidade, reflectir uma personalidade única e original: apesar de na realidade os adolescentes se vestirem praticamente todos da mesma maneira, uma vez que o que querem é comunicar o que caracteriza a sua geração.

Sentem-se orgulhosos da sua indumentária, porque instintivamente procuram que os seis companheiros os admirem e tenham reacções. Assim sentem-se apreciados por estarem de acordo com o resto do grupo, e porque cada elemento do vestuário é u signo de pertença.



A INFLUÊNCIA DOS MÉDIA

A moda é a tendência actual mais consumista e na adolescência torna-se obsessiva. Dá-se por tendências, influencias, identificação, personalidade, valores, e porta-se também como um veículo de expressão.


Os jovens hoje em dia são um alvo cobiçado pela publicidade, são vitimas comerciais as grandes marcas de roupa, telemóveis, jogos electrónicos, música contemporânea que não perdem oportunidade para agarrarem os que conseguirem.


No entanto, na moda existem também paradoxos: embora todos se queiram destacar não podem vestir-seAdolescentes, pais e moda ou apresentar-se de forma muito diferenciada ao ponto de não serem reconhecidos pelo grupo do qual fazem parte. Em busca da aparência perfeita assiste-se a um martírio junto aos espelhos. Isto falando de moda têxtil.


Agora existe também a moda dos implantes de silicone, operações plásticas em idades que partem dos 14 e 15 anos para cima.

Por exemplo, um dos artigos onde a juventude encontra uma fonte de originalidade e inspiração são nas sapatilhas (ou ténis). Os fabricantes, sem nenhum pudor ou prudência, criaram todas as classes de artigos, cores e plataformas. Desenhos para criar verdadeiras obras de arte em cada par. Muitos dizem ser ergonómico, enquanto outros apenas apelativos. A verdade, é que muitos adolescentes encontram aí uma forma de comunicação distinta, que se coaduna com a sua personalidade.



EXTRAVAGANCIAS E JUVENTUDE

Se não é agora, quando será? Os jovens gostam de usar novas alternativas: a sua criatividade está em ebulição e cada aspecto da sua vida é uma prova disso. As roupas não são uma excepção.

Em cada geração os adolescentes provam novas formas e cores (quem não se recorda, por exemplo, do cabelo dos Beatles?). Cada grupo de jovens mostra a sua ideologia através da roupa, penteados e maquilhagem. De facto, se juntarmos tudo, chegamos à conclusão de que nas, os adultos, nos exibimos através da roupa.



MAS ENTÃO, O QUE FAZER?

Adolescentes, pais e modaO equilíbrio entre a responsabilidade e liberdade deve ser fruto de inumeráveis negociações entre pais e filhos adolescentes, sendo que o visual á apenas uma pequena parte desse processo.

Os pais devem ter muito cuidado com determinadas manipulações e saber identificar certas frases”Todos usam isto”, “Por favor compra-ma; só te estou a pedir uma blusa (uma de cada vez, pois durante semanas será assim consecutivamente). “Doem-me os pés com estes sapatos; preciso de outros!”, e por aí fora.

Muitos pais negoceiam com os filhos e atribuem essas peças como recompensa de serviços prestados, por exemplo na lida da casa ou ainda com o sucesso escolar.

Muito provavelmente os pais devem forçosamente reflectir e recordar os seus próprios tempos de juventude, adaptando-os assim aos filhos. A comunicação é indispensável neste ponto como em todos os outros da vida. Praticar e conhecer as motivações da gente jovem ajuda os pais a entenderem porque os filhos se vestem de determinada maneira, e nestas conversas também os adolescentes têm noção de porque e como pensam os pais.


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BELEZA É SINÓNIMO DE DITADURA!

A pergunta fundamental é: quantas vezes já se olhou ao espelho hoje? Estudos recentes revelam que as mulheres não saem de casa sem se arranjarem pelo menos 21 minutos.
O tempo acima referido refere-se a um programa simples, como ir ás compras, ou a um centro comercial apenas passear. Quando se trata de uma noite num bar com as amigas, o tempo gasto sobe para 54 minutos. E se a noite reserva um jantar romântico as mulheres demoram mais de uma hora para escolher a roupa, fazer a maquilhagem e pentear o cabelo. Apesar de parecer exagerada, essa preocupação com a aparência é uma marca dos novos tempos.Além de seguir a moda imposta pela sociedade, as adolescentes preocupam-se, cada vez mais cedo, com o corpo. Pesquisas apontam que uma grande percentagem das estão insatisfeitas com a aparência. Outros resultados são ainda mais alarmantes. Entre as entrevistadas, 90% não estão satisfeitas com o peso e 55% delas gostariam de fazer uma cirurgia plástica.
As jovens acreditam que, actualmente, se não seguirem o padrão de beleza, são excluídas da sociedade que exige uma mulher sempre impecável. É difícil para a mulher ser mulher. A preço a pagar é enorme.
Todos ao seu redor reparam na “barriguinha” que está a sair das calças, no cabelo todo marcado, na cara sem maquilhagem, nos sapatos, etc.Cada vez mais existem novas clínicas de estética e, devido à grande procura por tratamentos, conseguem-se aguentar no mercado. No entanto, criando o habito de cuidar da pele e do corpo, não é necessário passar pelo desgaste e pelo risco de uma cirurgia.
Mas, para a grande parte das adolescentes, a vaidade está para além de uma forma sadia de saber misturar defeitos com qualidades. Pernas, nariz, seios, barriga e cabelo são as partes que mais recebem críticas. Na pressa por resultados rápidos, raparigas e rapazes procuram a cirurgia para reparar aquele “defeito” que tanto incomoda. No entanto, antes de iniciar qualquer tratamento deve-se ter em mente quais são os objectivos. Depois é importante procurar um especialista que oriente se esses objectivos são compatíveis com as necessidades, e posteriormente para explicar sobre os diferentes tratamentos.Para os que querem renovar a pele facial, é recomendado o piling, um tratamento médico que descama e ajuda a remover manchas, rugas e a fechar os poros. O piling pode ser químico, no qual o tratamento é à base de ácidos que “queimam” a pele, ou ainda físico, com produtos que “lixam” e, posteriormente, é acompanhado pelos métodos químicos. O tratamento também pode ser superficial, médio ou profundo, dependendo da necessidade de cada pessoa. É certo que quanto mais profundo for o tratamento melhor será o resultado, mas o risco de deixar cicatrizes também é maior, por isso é importante o acompanhamento de profissionais qualificados que tenham capacidade de avaliar o caso e de o tratar com os produtos certos e na medida correcta.
Ainda existem outras técnicas feitas por aparelhos médicos que proporcionam bons resultados, mas podem causar graves danos à pele facial e corporal se não forem usadas correctamente. Já quem prefere tratamentos mais simples que não alterem a pele pode optar pelos aparelhos voltados para as esteticistas com objectivos mais superficiais, como limpeza e hidratação.
A busca pelo padrão de beleza está cada vez mais acessível à população. Os resultados rápidos e geralmente positivos acabam incentivando cada vez mais pessoas a procurarem os efeitos das cirurgias plásticas e o uso de aparelhos. Mas, se alguns cuidados básicos - limpeza da pele, hidratação, protector solar e boa alimentação - forem incluídos no nosso quotidiano, a beleza pode chegar de uma forma mais simples e natural.

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O OUTRO LADO DAS PASSARELES

Não há dúvida de que usar roupas da moda pode ajudá-lo a melhorar a aparência e lhe dar mais autoconfiança. A roupa adequada disfarça imperfeições e valoriza o que a pessoa tem de mais bonito. Pode até influir no conceito que outros formam de si.
Os desfiles das grandes marcas de Nova York, Paris e Milão apresentam modelos exclusivos dos melhores estilistas a cada Primavera e Outono. Além dos preços altíssimos, muitas dessas criações não parecem nada práticas, para não dizer que simplesmente não dá para as usar. Os modelos extravagantes e exóticos que vê, na maior parte dos casos não foram criados visando o público mas sim para chamar a atenção do figurinista ou para a marca do que para vender as roupas apresentadas. Por exemplo, uma colecção de grande impacto que gera muitos comentários nos média pode promover um perfume da marca.
Mas o mundo da moda tem também o outro lado, que não pode ser ignorado. Na tentativa de actualizar o O outro lado das passarelesguarda-roupa, a pessoa pode-se ver enlaçada num infindável ciclo de consumismo. Afinal de contas, a indústria da moda não pára de lançar novos estilos, e isso com razão: quanto mais rápido uma roupa sai de moda, maior é a facturação das grandes empresas. Como disse a estilista Gabrielle Chanel, “a moda é feita para ficar ultrapassada”. Assim, o consumidor incauto sente-se obrigado a comprar roupas novas só para ficar em dia com a moda.

Há também o perigo de se deixar influenciar pela pressão subtil da propaganda. As grandes marcas gastam milhões de euros para promover os seus produtos, muitas vezes associando a marca a um estilo de vida despreocupado, livre e feliz. Essas mensagens podem ter um forte impacto. Por exemplo, nada é mais traumático para os adolescentes do que não ter calçado de marca. E isto é um facto.

Quem dá muita importância à moda pode ficar excessivamente preocupado com a aparência. Somos constantemente bombardeados com a imagem de modelos bem altas e magras. O corpo “perfeito” é usado para vender tudo, de carros a chocolate. Segundo estimativa do Centro de Pesquisas de Assuntos Sociais,O outro lado das passareles da Grã Bretanha, “as jovens hoje vêem mais imagens de mulheres belíssimas num só dia do que as suas mães viram durante toda a adolescência”.

O bombardeio constante dessas imagens pode ter um efeito prejudicial. Nos Estados Unidos, por exemplo, segundo pesquisa citada na revista Newsweek, 90% das adolescentes estavam insatisfeitas com seu corpo. Algumas fazem praticamente qualquer coisa para ter o "corpo ideal". No entanto, menos de 5% da população feminina consegue atingir o ideal de peso e altura estabelecido pelos média. Mesmo assim, a ditadura da magreza tem escravizado milhões de mulheres jovens. Algumas desenvolvem anorexia nervosa, um distúrbio alimentar difícil de curar. Citando a modelo espanhola Nieves Álvarez, que teve anorexia, admite: “Eu tinha mais medo de engordar do que de morrer.”

O outro lado das passarelesVemos assim claramente que a moda tem um lado positivo e outro negativo. Preenche o desejo humano básico de ter uma aparência apresentável e de ter algo novo para vestir. Mas os extremos da moda podem-nos levar a usar roupas que passam uma impressão errada de nós mesmos. E se dermos excessiva importância à aparência, podemos estar endossando o conceito erróneo de que o nosso valor depende da “embalagem” e não do que somos no íntimo.

Precisamos aprender a dar mais valor à capacidade e ao carácter da pessoa em vez de olhar apenas para a "embalagem”. Mas não é provável que essa mudança de conceito ocorra em breve. Então, como podemos ter um conceito equilibrado sobre moda?



A resposta, essa reside no bom senso de cada um.



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