domingo, 15 de fevereiro de 2009

O OUTRO LADO DAS PASSARELES

Não há dúvida de que usar roupas da moda pode ajudá-lo a melhorar a aparência e lhe dar mais autoconfiança. A roupa adequada disfarça imperfeições e valoriza o que a pessoa tem de mais bonito. Pode até influir no conceito que outros formam de si.
Os desfiles das grandes marcas de Nova York, Paris e Milão apresentam modelos exclusivos dos melhores estilistas a cada Primavera e Outono. Além dos preços altíssimos, muitas dessas criações não parecem nada práticas, para não dizer que simplesmente não dá para as usar. Os modelos extravagantes e exóticos que vê, na maior parte dos casos não foram criados visando o público mas sim para chamar a atenção do figurinista ou para a marca do que para vender as roupas apresentadas. Por exemplo, uma colecção de grande impacto que gera muitos comentários nos média pode promover um perfume da marca.
Mas o mundo da moda tem também o outro lado, que não pode ser ignorado. Na tentativa de actualizar o O outro lado das passarelesguarda-roupa, a pessoa pode-se ver enlaçada num infindável ciclo de consumismo. Afinal de contas, a indústria da moda não pára de lançar novos estilos, e isso com razão: quanto mais rápido uma roupa sai de moda, maior é a facturação das grandes empresas. Como disse a estilista Gabrielle Chanel, “a moda é feita para ficar ultrapassada”. Assim, o consumidor incauto sente-se obrigado a comprar roupas novas só para ficar em dia com a moda.

Há também o perigo de se deixar influenciar pela pressão subtil da propaganda. As grandes marcas gastam milhões de euros para promover os seus produtos, muitas vezes associando a marca a um estilo de vida despreocupado, livre e feliz. Essas mensagens podem ter um forte impacto. Por exemplo, nada é mais traumático para os adolescentes do que não ter calçado de marca. E isto é um facto.

Quem dá muita importância à moda pode ficar excessivamente preocupado com a aparência. Somos constantemente bombardeados com a imagem de modelos bem altas e magras. O corpo “perfeito” é usado para vender tudo, de carros a chocolate. Segundo estimativa do Centro de Pesquisas de Assuntos Sociais,O outro lado das passareles da Grã Bretanha, “as jovens hoje vêem mais imagens de mulheres belíssimas num só dia do que as suas mães viram durante toda a adolescência”.

O bombardeio constante dessas imagens pode ter um efeito prejudicial. Nos Estados Unidos, por exemplo, segundo pesquisa citada na revista Newsweek, 90% das adolescentes estavam insatisfeitas com seu corpo. Algumas fazem praticamente qualquer coisa para ter o "corpo ideal". No entanto, menos de 5% da população feminina consegue atingir o ideal de peso e altura estabelecido pelos média. Mesmo assim, a ditadura da magreza tem escravizado milhões de mulheres jovens. Algumas desenvolvem anorexia nervosa, um distúrbio alimentar difícil de curar. Citando a modelo espanhola Nieves Álvarez, que teve anorexia, admite: “Eu tinha mais medo de engordar do que de morrer.”

O outro lado das passarelesVemos assim claramente que a moda tem um lado positivo e outro negativo. Preenche o desejo humano básico de ter uma aparência apresentável e de ter algo novo para vestir. Mas os extremos da moda podem-nos levar a usar roupas que passam uma impressão errada de nós mesmos. E se dermos excessiva importância à aparência, podemos estar endossando o conceito erróneo de que o nosso valor depende da “embalagem” e não do que somos no íntimo.

Precisamos aprender a dar mais valor à capacidade e ao carácter da pessoa em vez de olhar apenas para a "embalagem”. Mas não é provável que essa mudança de conceito ocorra em breve. Então, como podemos ter um conceito equilibrado sobre moda?



A resposta, essa reside no bom senso de cada um.



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